Prefeitura de BH assume obra de R$ 32 milhões que antes foi exigida como contrapartida da Arena do Galo
06/11/2025
(Foto: Reprodução) Arena do Galo
Divulgação
A Prefeitura de Belo Horizonte contratou uma obra de R$ 32,6 milhões para melhorias viárias no bairro Califórnia, na Região Noroeste da capital.
O local é o mesmo onde, anteriormente, o Clube Atlético Mineiro foi responsabilizado por executar intervenções como contrapartida para o licenciamento da Arena do Galo. A obra passou a ser atribuição do Executivo após mudança na lei, em 2024. (relembre abaixo)
O contrato foi assinado no dia 31 de outubro de 2025 com o Consórcio Infraestrutura Viária e prevê duas grandes intervenções na interseção da Via Expressa com o Anel Rodoviário.
A previsão é que as obras sejam concluídas no segundo semestre de 2027. Segundo a Prefeitura, os recursos são municipais, oriundos do Ministério das Cidades, e a obra está em fase inicial de implantação do canteiro.
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Antecedentes
A responsabilidade por obras nessa área foi tema de polêmica durante a construção da Arena do Galo.
Entre 2022 e 2023, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal investigou se a Prefeitura teria imposto condicionantes desproporcionais ao clube, com suspeita de motivação política.
O Atlético alegou que as exigências elevaram os custos da obra em mais de R$ 100 milhões. Ao todo, entre 2017 e 2022, a Prefeitura chegou a prever R$ 335 milhões em compensações, incluindo obras que, segundo o Galo, visavam resolver “problemas históricos” da região.
A situação mudou com a aprovação da Lei Municipal nº 11.785/2024, na Câmara Municipal de BH, que passou a limitar o valor das condicionantes a 5% do custo total do empreendimento nos casos de interesse social ou utilidade pública.
O então prefeito Fuad Noman (PSD) chegou a vetar esse trecho da lei, mas o veto foi derrubado pelos vereadores.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente confirmou que esse limite já foi ultrapassado no caso da Arena MRV e, por isso, a obra viária foi assumida pela Prefeitura. As medidas ambientais, como o parque e o plantio de mudas, foram mantidas como responsabilidade do clube.
Em nota, o Atlético afirmou que segue rigorosamente o processo legal de licenciamento e que já cumpriu as contrapartidas sociais e ambientais. O clube também declarou que a nova legislação “restaurou o equilíbrio na fixação de contrapartidas”.
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