Município de MT com histórico de surto de leishmaniose tem seis pacientes à espera de remédio
15/09/2025
(Foto: Reprodução) Mosquito-palha costuma ser o transmissor do protozoário da leishmaniose em áreas urbanas
James Gathany/CDC
Seis pacientes com leishmaniose, com idades acima de 50 anos, aguardam uma injeção que custa de R$ 16 mil a R$ 20 mil em Guiratinga, a 334 km de Cuiabá. O município já teve surto da doença em 2023, com 85 casos. Desde o começo do ano já foram 40 registros.
Ao g1, a secretária de Saúde do município, Luciana Ferreira, contou que as doses de anfotericina b lipossomal são enviadas pelo Ministério da Saúde até o polo de distribuição em Rondonópolis, a 218 km da capital cuiabana. De lá, uma equipe da secretaria busca os medicamentos até o município.
"Então, isso não depende da gente. Infelizmente não conseguimos comprar porque isso vem do Ministério da Saúde. Não é falta de cobrança, porque se dependesse da gente já estaria resolvido", afirmou.
O g1 procurou o Ministério da Saúde, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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Segundo a secretária, os casos da doença costumam ocorrer na época do ano em que há altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar. "Tem todo ano, às vezes mais, às vezes menos", disse.
Dos seis pacientes acometidos pela doença, três aguardam o medicamento em casa, e outros três estão na zona rural. Deste total, alguns esperam pelo medicamento há mais de dois meses.
O caso deles é conhecido como leishmaniose tegumentar americana, ou seja, que acomete mais a região da pele, segundo a diretora de vigilância sanitária do município, Lissiane Andrade de Souza.
A esposa de um dos pacientes -- que não quis se identificar --- contou ao g1 que ele espera pelo medicamento desde o dia 21 de agosto. "O ferimento dele foi na perna e, como ele trabalha em serviços gerais, não pôde trabalhar nesse período", contou.
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Prefeitura de Guiratinga
A doença
A leishmaniose é causa por um protozoário. Os principais alvos costumam ser animais domésticos, mas também pode acometer seres humanos. A doença causa ferimentos na pele, células sanguíneas e órgãos internos.
Um mosquito flebotomíneo --- popularmente chamado de mosquito palha --- costuma transmitir a doença.
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