Desigualdade no Brasil atinge menor nível da série histórica do IBGE
08/05/2025
(Foto: Reprodução) A oferta de empregos em 2024 foi o principal fator que fez a renda dos brasileiros bater recorde. Desigualdade no Brasil atinge menor nível da série histórica do IBGE
A desigualdade de renda no Brasil atingiu, em 2024, o menor nível da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.
É o ritmo do trabalho, que em 2024 aumentou para Guilherme Dias da Silva com o novo emprego no comando do bar:
"Chegou em uma hora muito boa, que eu estava precisando. Ele é muito importante porque eu dependo dele para pagar as minhas contas. Um ser humano sem dinheiro não consegue”, diz Guilherme.
Esse não é um caso isolado, segundo o IBGE. A oferta de empregos em 2024 foi o principal fator que fez a renda dos brasileiros bater recorde. A média chegou a R$ 2.020 por mês por morador de cada domicílio, um aumento de 4,7% em relação ao ano anterior.
"A gente teve um mercado de trabalho muito forte ao longo de 2024. A taxa de desemprego chegando ali na mínima histórica. A renda crescendo e, principalmente, emprego gerado pelo lado formal. Os empregos formais são muito associados a rendas mais elevadas e é o que a gente acaba vendo nesse ano de 2024”, afirma Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.
A renda nas casas mais pobres cresceu mais do que as das famílias mais ricas. Com isso, a desigualdade diminuiu, puxando para baixo um número que ainda incomoda muito o Brasil: o índice de Gini. A escala de Gini varia de 0 a 1. Quanto mais perto de 0, menos desigual é o país. Um número maior significa uma diferença maior entre pobres e ricos. Em 2024, o índice ficou em 0,506 - o mais baixo desde que o IBGE começou a medição atual, em 2012. Olhando o gráfico como um todo, é possível notar muitos altos e baixos ao longo de 12 anos.
A oferta de empregos em 2024 foi o principal fator que fez a renda dos brasileiros bater recorde.
Jornal Nacional/ Reprodução
O dia a dia da Luciana mostra o tamanho do desafio. Ninguém na casa tem carteira assinada. A renda vem do Bolsa Família e do trabalho informal.
"É esses R$ 600, mais o dinheiro que eles fazem, fazendo lona. Quando aparece, dá para a gente comprar comida, comprar as coisas para dentro de casa", conta.
Segundo os especialistas, números e histórias revelam que a redução da desigualdade no Brasil ainda é um caminho muito difícil e tortuoso:
"A desigualdade ainda é grande. Por mais que a gente fale em recordes é porque a base que a gente tinha antes já era baixa. Por mais que a gente tenha tido alguns avanços ainda não é tão claro. O grande ponto que a gente precisa é continuar tendo crescimento econômico, continuar tendo medidas que façam com que a população tenha esse aumento de rendimento e que isso se transforme no dia a dia dela. Que isso não seja um evento de poucos anos, e que depois, logo depois, se reverta”, afirma Rodolpho Tobler.
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